terça-feira, 27 de setembro de 2011

A transferência da Congregação do Oratório de São Felipe Néri de Olinda para o Recife e a fundação do Convento e da Igreja da Madre de Deus

Embora a Vila de Olinda,onde a Congregação estava instalada, fosse a sede da Capitania de Pernambuco, o povoado do Recife havia prosperado significativamente durante o período do Governo Holandês e seu movimento portuário e comercial intensificava-se cada vez mais. Dessa forma, nasceu nos oratorianos o desejo de transferir-se para o Recife e lá construir um anova igreja e um novo convento para instalarem-se e desenvolverem suas atividades religiosas.

Nesse época só havia uma igreja na península recifense - a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves, também conhecida como Igreja do Corpo Santo - a primeira do recife, demolida em 1913 devido às reformas urbanas do início do Século XX.

Os nobres olindenses,por não apoiarem i desenvolvimento do Recife, impuseram algumas restrições em relação à transferência dos oratorianos para o povoado. Entre elas, exigiram que no convento a ser construído, só poderiam residir, no máximo, doze padres, e a futura igreja não deveria ser aberta ao público, sendo, portanto, restrita ao uso dos próprios congregados.

Sendo inicialmente aceitas as condições,os oratorianos ainda necessitavam de um terreno para iniciar a construção das instalações. Um contratante de obras chamado Antônio Fernandes de Matos, rico empreendedor português, doou aos padres uma parte de um terreno que ele havia aterrado do lado oeste da península do Recife.

Provavelmente entre 1679 e 1680, teve início a construção, com a ajuda do próprio Antônio Fernandes de Matos, da igreja e do convento da Congregação no Recife. O primitivo convento era uma obra modesta de taipa. A igreja anexa tinha capela-mor e dois altares laterais e era forrada de esteira. A igreja, apesar de não possuir acesso para a rua, tendo apenas uma porta voltada para o convento, passou a ocupar um lugar importante no "no coração do Recife" em plena freguesia de São Pedro Gonçalves, dividindo esse privilégio apenas com a matriz do Corpo Santo.

Por serem os padres oratorianos muito respeitados pela família real de Portugal, o padre Sacramento, fundador da Congregação em Pernambuco, escreveu uma carta ao príncipe solicitando autorização para que a igreja passasse a ser aberta ao público. O príncipe D.Pedro II de Portugal, além de conceder a permissão, se tornou protetor da igreja e do convento. Estavam fundados o Convento e a Igreja da Madre de Deus.

Essas edificações originais da igreja e do convento que, hoje já não existem, em nada fariam lembrar, por sua simplicidade, o atual e suntuoso edifício da Igreja da Madre de Deus, construído posteriormente.

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